Parte 2
O Surgimento da Filosofia da Religião
O racionalismo foi substituído pela influencia da filosofia idealista de Hegel (1813), que percebeu a Idéia Absoluta ou o Espírito Absoluto se manifestando eternamente no universo e nos assuntos humanos. Hegel ensinou que o movimento do pensamento humano seguia o padrão dialético de uma posição (tese) para outra posição (antítese); e da interação dessas duas emergia um novo discernimento ou aspecto da realidade (síntese). Hegel encarou a história da religião como a evolução do Espírito em sua apreensão dialética do divino, partindo de religiões da natureza, passando pelas religiões de individualidade espiritual, até a Religião Absoluta, que é o Cristianismo (referencia ao catolicismo romano). (fundamentos do ecumenismo)
A Reação Conservadora
Essas novas abordagens de estudos bíblicos naturalmente encontraram fortes resistências dos círculos ortodoxos, não apenas daqueles que negaram a validade de uma perspectiva histórica, mas também daqueles que procuram combinar o método histórico com uma fé firmemente apoiada na revelação. Foi neste período que surgiu a idéia de provar a inspiração das Escrituras pelo método histórico.
A Perspectiva Histórica e Liberal na Teologia do Novo Testamento
Bultman destacou que a conseqüência lógica do método de Baur seria um total relativismo, pois a mente liberal não pode conceber a possibilidade da verdade absoluta presente nas relatividades da história. Isto foi evitado pela influencia do romantismo, por meio do qual a personalidade é interpretada como um poder formador da história. Sob a influência da teologia de Ritsch, a essência do cristianismo foi interpretada como uma religião puramente ético-espiritual, que foi proclamada e incorporada na vida e missão de Jesus. O Reino de Deus é o bem supremo, o ideal ético. O âmago da religião é a comunhão pessoal com Deus, como Pai.
A Vitória da Religião Sobre a Teologia
Com o liberalismo surgiu a escola do estudo do desenvolvimento da religião. O liberalismo encontrou nos ensinos éticos e simples de Jesus o elemento distintivo da teologia bíblica. Ao passo que seus representantes levaram até certo ponto, em consideração a influência do ambiente religioso do cristianismo primitivo. Aqui descartada a teologia paulina por ser considerada de extrema influência helenista.
O Retorno Contemporâneo à Teologia Bíblica
Durante a década de 1920 um novo ponto de vista começou a ganhar corpo. O resultado disso foi um reavivamento da teologia bíblica. Três foram os fatores que contribuíram para que isso acontecesse: 1) a perda de confiança no evolucionismo; 2) Uma reação contra o método puramente histórico que reinvidicava uma total objetividade e acreditava que os simples fatos conhecidos seriam adequados para revelar a verdade contida na história; 3)E a recuperação da idéia da revelação.
A Escola Bultmanianna
Os expoentes da abordagem “kerigmática” assumem a continuidade entre o Cristo proclamado no querigma e o Jesus Histórico. O fator Kerigmático é o elemento interpretativo que necessariamente acompanha o evento. Essa posição foi radicalmente rejeitada pelo mais influente e destacado estudioso alemão do século vinte na área do Novo Testamento – Rudolf Bultmann, que também pode ser classificado como um teólogo kerigmático. Contudo, ele utiliza o conceito do kerigma e do Geschichte (história) de um modo bem diferente do que os estudiosos de seus dias. O Jesus Histórico, para Bultmann, foi bastante obscurecido pela influência formativa da tradição da fé, a qual reinterpretou o significa do Jesus Histórico em termos mitológicos. Historicamente, Jesus foi como apenas um profeta que proclamou o fim apocalíptico iminente do mundo, assim como advertiu o povo para preparar-se para a catástrofe do dia do juízo. Para ele, Jesus não se imaginava nem como Messias nem como Filho do Homem, apenas de possuir um surpreendente sentido acerca da realidade de Deus, e compreender que era o portador da Palavra de Deus para os últimos dias, palavra que confrontava a humanidade com a exigência de uma decisão. Sua morte teria sido uma tragédia incomparável, a qual, no entanto, preservou seu significado pela fé cristã em sua ressurreição.
A Nova Busca Pelo Jesus Histórico
Os seguidores de Bultmann ficaram perturbados pelo caráter extremado de sua posição, que divorciou o Jesus histórico da fé removeu-o da teologia cristã. Em conseqüência desse fato, uma nova busca do Jesus histórico foi iniciada, em que se nota uma preocupação de se estabelecer sua continuidade com o Cristo do kerigma. Essa nosva pesquisa teve inicio em 1954.
Joachim Jeremias representa uma posição independente. Ele não se considera como um dos participantes do grupo da “nova busca”, pois jamais abandonou a antiga busca. Está convicto de que, pelo uso da crítica da forma, pode retirar os elementos que foram acrescentados na tradição dos Evangelhos e descobrir a ipsissima vox, ou até mesmo ipsissima verba, do Jesus histórico. A revelação somente poderia ser encontrada na mensagem de Jesus. As epistolas não constituem revelação, mas a resposta da comunidade de fé à revelação encontrada em Jesus. Jesus, sendo o Filho de Deus, possuiu autoridade única para revelar o Pai. No Jesus Histórico somos confrontados pelo próprio Deus. Jesus proclamou o iminente Reino de Deus e antecipou sua própria exaltação como Filho do homem Divino. Considerou-se como o Servo Sofredor, dando sua vida pelos pecados da humanidade. Na ressurreição, seus discípulos experimentaram sua parousia, a qual significa sua entronização no céu e o cumprimento da escatologia.
O Surgimento da Filosofia da Religião
O racionalismo foi substituído pela influencia da filosofia idealista de Hegel (1813), que percebeu a Idéia Absoluta ou o Espírito Absoluto se manifestando eternamente no universo e nos assuntos humanos. Hegel ensinou que o movimento do pensamento humano seguia o padrão dialético de uma posição (tese) para outra posição (antítese); e da interação dessas duas emergia um novo discernimento ou aspecto da realidade (síntese). Hegel encarou a história da religião como a evolução do Espírito em sua apreensão dialética do divino, partindo de religiões da natureza, passando pelas religiões de individualidade espiritual, até a Religião Absoluta, que é o Cristianismo (referencia ao catolicismo romano). (fundamentos do ecumenismo)
A Reação Conservadora
Essas novas abordagens de estudos bíblicos naturalmente encontraram fortes resistências dos círculos ortodoxos, não apenas daqueles que negaram a validade de uma perspectiva histórica, mas também daqueles que procuram combinar o método histórico com uma fé firmemente apoiada na revelação. Foi neste período que surgiu a idéia de provar a inspiração das Escrituras pelo método histórico.
A Perspectiva Histórica e Liberal na Teologia do Novo Testamento
Bultman destacou que a conseqüência lógica do método de Baur seria um total relativismo, pois a mente liberal não pode conceber a possibilidade da verdade absoluta presente nas relatividades da história. Isto foi evitado pela influencia do romantismo, por meio do qual a personalidade é interpretada como um poder formador da história. Sob a influência da teologia de Ritsch, a essência do cristianismo foi interpretada como uma religião puramente ético-espiritual, que foi proclamada e incorporada na vida e missão de Jesus. O Reino de Deus é o bem supremo, o ideal ético. O âmago da religião é a comunhão pessoal com Deus, como Pai.
A Vitória da Religião Sobre a Teologia
Com o liberalismo surgiu a escola do estudo do desenvolvimento da religião. O liberalismo encontrou nos ensinos éticos e simples de Jesus o elemento distintivo da teologia bíblica. Ao passo que seus representantes levaram até certo ponto, em consideração a influência do ambiente religioso do cristianismo primitivo. Aqui descartada a teologia paulina por ser considerada de extrema influência helenista.
O Retorno Contemporâneo à Teologia Bíblica
Durante a década de 1920 um novo ponto de vista começou a ganhar corpo. O resultado disso foi um reavivamento da teologia bíblica. Três foram os fatores que contribuíram para que isso acontecesse: 1) a perda de confiança no evolucionismo; 2) Uma reação contra o método puramente histórico que reinvidicava uma total objetividade e acreditava que os simples fatos conhecidos seriam adequados para revelar a verdade contida na história; 3)E a recuperação da idéia da revelação.
A Escola Bultmanianna
Os expoentes da abordagem “kerigmática” assumem a continuidade entre o Cristo proclamado no querigma e o Jesus Histórico. O fator Kerigmático é o elemento interpretativo que necessariamente acompanha o evento. Essa posição foi radicalmente rejeitada pelo mais influente e destacado estudioso alemão do século vinte na área do Novo Testamento – Rudolf Bultmann, que também pode ser classificado como um teólogo kerigmático. Contudo, ele utiliza o conceito do kerigma e do Geschichte (história) de um modo bem diferente do que os estudiosos de seus dias. O Jesus Histórico, para Bultmann, foi bastante obscurecido pela influência formativa da tradição da fé, a qual reinterpretou o significa do Jesus Histórico em termos mitológicos. Historicamente, Jesus foi como apenas um profeta que proclamou o fim apocalíptico iminente do mundo, assim como advertiu o povo para preparar-se para a catástrofe do dia do juízo. Para ele, Jesus não se imaginava nem como Messias nem como Filho do Homem, apenas de possuir um surpreendente sentido acerca da realidade de Deus, e compreender que era o portador da Palavra de Deus para os últimos dias, palavra que confrontava a humanidade com a exigência de uma decisão. Sua morte teria sido uma tragédia incomparável, a qual, no entanto, preservou seu significado pela fé cristã em sua ressurreição.
A Nova Busca Pelo Jesus Histórico
Os seguidores de Bultmann ficaram perturbados pelo caráter extremado de sua posição, que divorciou o Jesus histórico da fé removeu-o da teologia cristã. Em conseqüência desse fato, uma nova busca do Jesus histórico foi iniciada, em que se nota uma preocupação de se estabelecer sua continuidade com o Cristo do kerigma. Essa nosva pesquisa teve inicio em 1954.
Joachim Jeremias representa uma posição independente. Ele não se considera como um dos participantes do grupo da “nova busca”, pois jamais abandonou a antiga busca. Está convicto de que, pelo uso da crítica da forma, pode retirar os elementos que foram acrescentados na tradição dos Evangelhos e descobrir a ipsissima vox, ou até mesmo ipsissima verba, do Jesus histórico. A revelação somente poderia ser encontrada na mensagem de Jesus. As epistolas não constituem revelação, mas a resposta da comunidade de fé à revelação encontrada em Jesus. Jesus, sendo o Filho de Deus, possuiu autoridade única para revelar o Pai. No Jesus Histórico somos confrontados pelo próprio Deus. Jesus proclamou o iminente Reino de Deus e antecipou sua própria exaltação como Filho do homem Divino. Considerou-se como o Servo Sofredor, dando sua vida pelos pecados da humanidade. Na ressurreição, seus discípulos experimentaram sua parousia, a qual significa sua entronização no céu e o cumprimento da escatologia.
Gedeon Martins