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Programa Verdade e Vida

sábado, 14 de novembro de 2015

Qual a religião que feriu Paris?



Qual a religião que feriu Paris?
By Gedeon Martins

            Seria salutar meditar no aconteceu na “cidade luz”. Temos um quadro desenhado com horror, sangue e lágrimas, que nos estimula a retaliação e ao ódio recíproco. Mais um atentado, com centenas de mortos e feridos na contabilidade, com grupos islâmicos orgulhosos de sua obra “santa” e com a pergunta de todo o globo terrestre deve estar fazendo: “de onde vem tanto ódio?”. Os historiadores, neste momento, mostrarão toda a história do islã, o dia que começaram as peregrinações a Meca, o profeta e coisa e tal; os psicólogos, falarão dos pontos de fixação, das teorias de Freud e Cia, e de toda complexidade da alma humana; Os sociólogos falarão de Marx e de todas as frases fora de contexto deste messias do socialismo (messias sem cruz e socialismo sem social); pois bem, teorias tem muitas, mas todos se esquecem de um fato: A religião que feriu Paris foi a religião do ódio que cultuamos todos os dias na nossa intimidade.
            O livro que mais entende da alma humana é a Bíblia (concordem ou não os ateus), pois é neste livro que mostra a mais franca realidade de nossa alma: inveja pelo que não tem e ódio pelos que possuem. Fica evidente isso na história de Caim e Abel. Irmão que matou o outro apenas porque Deus se agradou mais do sacrifício daquele em detrimento deste. A inveja de Caim resultou em uma fúria implacável, sem remorso e gratuito contra o irmão de sangue, que tivera como único pecado fazer o que era certo. Abel não era de outra nação, ou de outra religião, ou ideologia; era irmão, mesmo sangue, mesmo terra e mesma religião. Foi a inveja, a cobiça que reside em nós que produziu o primeiro homicídio da história. Tiago 3.16 diz que “onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins”[1]. A inveja é a mola de propulsão de toda a violência produzida pelo homem. Em seu livro “inveja e gratidão”, a psicanalista Melanie Klein diz que o ser humano se motiva pela inveja e que a inveja é o principal combustível do sensu de onipotência residente neste. Isso significa que usamos a inveja para nos sentirmos melhores que todos e para justificar as nossas atrocidades. Klein[2] continua afirmando que o homem só pode Civilizar-se quando for despojado da sua onipotência, que por sua vez só acontece pela culpa.
            Conseguimos assim desenhar o quatro (opaco é claro, mas aproximado) da religião que reside em nós. Posso até brincar, uma trindade desumana: inveja, sentimento de onipotência e violência para obter o que cobiça (revisando a trindade: inveja, onipotência e violência). Essa trindade malévola não é vista apenas entre os terrorista (ou você pensava que eu iria desenhar todo restante da humanidade como livres desse mal, incluindo eu e você? De jeito nenhum!), reside no pai que espanca os filhos, no marido que violenta a esposa, da mulher que destrata a família, dos políticos corruptos, dos sacerdotes levianos, dos profissionais relaxados, dos servidores públicos negligentes. Todos! Inclusive você que fica destilando ódio no Facebook e fazendo postagem que fala que todos tem inveja de você (na verdade essa sua atitude pode muito bem ser chamado de transferência: você atribui aos outros o que está em você), como se o mundo não fosse girar se você não existisse (falando nisso, só uma notícia: o mundo vai continuar girando mesmo sem você e eu, ok?). A religião do ódio está sendo vista nessa sociedade pós-moderna que eliminou Deus de seu contexto e agora estamos colhendo os frutos dessa violência contra nossa alma.
            O que fazer? A resposta é óbvia: Voltar ao fabricante! A nossa alma precisa do criador para voltar a ter paz e poder oferecer paz aos outros. Você que é cristão, que tem a Bíblia com sua regra de fé e prática, leia a Bíblia. Mas não leia como se fosse um amuleto da sorte, ou como se tivesse consultando uma cartomante. Leia para alimento da sua alma, para que essa trindade carnal (inveja, onipotência e ódio) seja vencida pelo Espírito Santo e assim você passe a aparecer mais com Cristo do que com os Fariseus que perseguiam à Cristo. Se você ora, não ore pedindo bens materiais, porque são eles que estão transformando o mundo em um campo de ódio e sangue. Peça a Deus para que você se alegre em dias de tristeza, tenha paz em dias de guerra e seja satisfeito em dias de privação. Isso é o Evangelho! Ter a Cristo acima dos bens materiais. Eu poderia me alongar e despejar um monte de versículos aqui. Mas quero encerrar dizendo que enquanto a inveja, a onipotência do teu ser e o ódio estiver em você como donos do teu coração você fará parte da mesma religião que feriu a Paris.
P.S. Medite em 1 João 2


[1] Bíblia Almeida Revista e Atualizada
[2] O livro de ouro da psicanálise

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Os peregrinos no deserto



Os peregrinos no deserto
(By Gedeon Martins)
Dois amigos (João e Pedro) se perderam em um deserto. Após um longo tempo de caminhada perceberam que já estavam sem agua em seus reservatórios. Mas já havia caminhado de mais para voltar e desesperados de mais para esperar. Então na incontingência caminharam. Um pouco adiante encontraram um poço rodeado de tijolos, com balde e corda a disposição. Havidos para saciar a sede lançaram o balde no poço, puxaram velozmente o recipiente e felizes lançaram a agua em suas bocas secas. Na mesma proporção com que felizes beberam aquela agua também se decepcionaram, porque a agua era salobra e impropria para o consumo. Se entristeceram e temeram o que lhes iria acontecer.
Mas ao levantar os olhos, após alguns instantes de melancolia, viram uma placa e nela estava escrito: “adiante existe mais um poço...avante, não desanimem”. Seguiram com ânimo renovado e em poucos passos visualizaram o novo poço com as mesmas características (cercado de tijolos, bande com corda a disposição). Assim como da primeira vez lançaram o balde e puxaram com todas as forças, quando a mão levou a agua a boca a triste constatação: a agua era salobra. O desanimo se repete sendo que agora com mais intensidade. Pedro decide desistir e aguardar a morte. João visualiza uma nova placa com as mesmas palavras da anterior: “Adiante existe um poço...avante, não desanimem”. – Vamos amigo, estamos próximo de sermos saciados; diz João. Pedro, no entanto, não acreditava mais, mas resolveu ir mais uma vez.
Para a tristeza dos dois, o terceiro poço estava no mesmo estado dos dois primeiros (tijolos, balde com corda e agua salobra) e agora com pouco tempo e desidratados, falta de fé inevitável. Pedro desiste e diz ao amigo fazer o mesmo. – Estamos fadamos a morte, desista amigo; disse Pedro. João levanta a cabeça e vê mais uma placa, pedi para Pedro esperar e corre ao local do novo poço.
Ao chegar lá constata que tudo está igual: tijolos ao redor, balde com corda, mais algo era a exceção.  Ao lançar a agua na boca a sede saciou, o poço tinha agua boa. Volta e traz agua para seu amigo Pedro que aprendeu que o maior inimigo em um deserto não é a agua salobra, mas a falta de fé que mesmo com tantos poços salgados sempre haverá um onde poderemos saciar a nossa sede. “Adiante existe um poço...avante, não desanime!”

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