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Programa Verdade e Vida

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Devocional: Bendita Escravidão


BENDITA ESCRAVIDÃO

O apóstolo Paulo descreve essa verdade com clareza nesse versículo primeiro. Ao fazer a sua saudação na introdução da epístola ele usa o substantivo Nominativo Masculino singular “desmios”, que se traduz por prisioneiro, cativo, algemado. O escritor se auto denomina desta forma por considerar as prisões em cristo uma qualidade e não uma desonra. Isso porque o substantivo “desmios” vem sucedendo outro substantivo nominativo, “Paulos". No grego quando um substantivo vem seguido de outro, o segundo toma conotação de adjetivo. E como sabemos que o adjetivo qualifica o sujeito, assim concluímos que “desmios” é uma qualidade, ressaltada pelo autor, de si mesmo.
O escritor usa uma condição literal para exemplificar uma benesse espiritual. Porque, de fato, o apóstolo Paulo estava preso quando escreveu a carta por estar pregando o evangelho. Segundo historiadores, a epístola em questão teria sido escrita por volta do ano 61 d.C. nas prisões da cidade de Roma, com a finalidade de apaziguar o problema do escravo fujão, Onésimo, com o seu senhor, Filemom.
Assim, também, compreendemos o fato do escritor usar a figura de um preso para exemplificar a sua relação com Cristo. Pois desta forma, ele mostra a Filemom que todos os que estão em Cristo são igualmente livres nEle, como também, presos nEle. Mostrando que Onésimo é “irmão caríssimo”v16, e assim que o devia receber.

Filemom 1b “... ao nosso amado e colaborador Filemom...” TIGM.

Paulo ao referir-se à Filemom, descreve duas características do mesmo. Na primeira demonstra o grau da relação entre o escritor e o seu destinatário; na segunda, revela a postura de Filemom diante do evangelho.
Amado, do grego “ágapetós”, que significa ‘amar sacrificialmente’. Em outras palavras, Paulo mostra que o seu amor para o seu discípulo é no nível dos sacrifícios, da doação de vida. Essa forma de amor é exigida para todos os cristãos, não só nos escritos paulinos, como também, em todo o Novo Testamento. Sendo, assim, o escritor declara que o sentimento que possui por seu irmão e discípulo é de sacrifício próprio.
A segunda característica, “colaborador”, do grego “sinergô”, revela uma outra relação, sendo que esta é entre Filemom e o Reino de Deus. Ser um ajudador significa doar, entregar sua vida em prol do evangelho.  Que lições podemos aprender com esse ensino?

1° Estar em Cristo é ser prisioneiro dEle; não é uma privação de liberdade, mas é estar cativo a vontade e valores do Senhor. Sendo assim, Eu só prego aquilo que Ele manda, eu só faço o que Ele manda e só aceito aquilo que o agrada.
2° A minha qualidade está em servir ao Senhor. Nossos talentos só têm utilidade real quando são usados para uma finalidade, a glória de Deus.

3° Todos os que estão em Cristos estão igualados pelas algemas do Senhor. Não existem graus de importâncias na visão de Deus dentro do evangelho. Nós criamos e pioramos as hierarquias por grau de importância e não por organização. Deus faz o inverso, utiliza-se das hierarquias por um princípio organizacional, pois o real valor aos olhos do Senhor destoa daquilo que as pessoas do presente século valorizam.

Concluo dizendo que o prisioneiro de Cristo não se submete a nenhum outro senhor, pois nas algemas de Deus encontramos a liberdade que o mundo não pode nos oferecer.

Por Rev. Gedeon Martins

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