JOÃO
BATISTA, MODELO DE MISSIONÁRIO.
João 1. 35-37 “No dia
seguinte, estava João outra vez na companhia de dois dos seus discípulos e,
vendo Jesus passar, disse: Eis o cordeiro de Deus! Os dois discípulos,
ouvindo-o dizer isso, seguiram Jesus.”
Introdução:
A
igreja recebeu do Senhor uma missão. Missão essa composta por vários elementos
que na sua conjuntura fazem com que o nome do Senhor seja glorificado
integralmente. Pois a missão dessa Igreja é glorificar à Deus plenamente e
ensinar que outras pessoas sigam esse modelo de vida, até porque glorificar à
Deus não é a junção de palavras metricamente alinhadas ou a perfeita disposição
melódica de uma cação. Glorificar à Deus é viver pela Graça somente, pois Graça
não é apenas uma doutrina, mas uma forma de vida.
Parte
da missão da igreja é a evangelização, que ao contrário do que muitos pensam,
não é a missão e sim parte da missão que a Igreja do Senhor tem. Para ser mais
direto, fazer missões é um dos muitos deveres que a Igreja tem na terra.
Obrigação essa que foi cobiçada pelos anjos, amada pelos profetas e cumprida
pelos Apóstolos. E da mesma forma somos convocados todos os dias a fazer
discípulos e ensinar a graça a todos que nos cercam.
Um
bom exemplo de pessoa que viveu bem uma vida de mestre missionário foi João
Batista, ou João o Batizador. Para dias como os nossos, cheios de pastores
imperialista, que fazem das igrejas seus reinos egóicos, onde Deus é a imagem e
semelhança deles, um bom modelo pode nos ajudar a ter referências positivas a
serem seguidas. Senão vejamos!
ELUCIDAÇÃO
João
Batista é chamado pelos pais da Igreja como o Precursor, por ter sido ele
aquele que deveria preparar a vinda do Messias, aplanar o caminho anunciando
que o salvador viria. As datas de seu nascimento e início do seu ministério não
podem ser determinadas, sendo assim um campo especulativo e impreciso. Mas
sabe-se que João nasceu quando seus pais eram avançados em idade e que o local
de seu nascimento foi na região montanhosa da Judéia. O seu pai Zacarias era
Sacerdote que pertencia ao turno de Abias (1Crônicas 24.10) e sua Mãe Isabel era
filha de sacerdote, como diz em Lucas 1.5 “sua mulher era das filhas de Arão e
se chamava Isabel”, e que tudo indicava, pela lógica da época, este deveria ser
preparado para seguir este ofício. Isabel era parenta de Maria, provavelmente
primas, fazendo com que João e Jesus fossem parentes de grau distante. Foi
criado nas letras do templo com a melhor educação que tinha na época, pois
assim era tratado todo filho de sacerdote, preparado para ser um filho de Arão,
ter sua vida a cuidar unicamente do templo. Porém, o templo de João Batista foi
o deserto.
Este
era Nazireu, não cortava os cabelos, nem a barba, evitava todo tipo de bebida
alcoólica e comida fermentada, distante dos grandes centros, no deserto onde
sua missão foi mais marcante. Seu ministério foi tão impactante que muitos na
época pensaram que ele era Elias encarnado, ou mesmo outro profeta. Sua
mensagem dava ênfase ao arrependimento e a inauguração do Reino de Deus,
fazendo uma afirmação que mudou os seus dias, “eis o cordeiro de Deus que tira
o pecado do mundo”. Cristo foi a mensagem desse pregador e mestre.
Como
mestre levou muitos a seguirem a Cristo, formando um movimento notável e que
chamou a atenção de historiadores da época. Como Josefo, que faz menção a João
como grande líder da época, e como formador de grandes outro líderes. Josefo,
por exemplo afirma que Apolo, aquele mesmo convertido em Corinto, era grande
pregador porque foi antes da conversão um discípulo de João Batista, pois
evidências apontam a presença de Apolo na Judeia. Imagina se fosse nos dias de
hoje, uma igreja com João Batista, Jesus Cristo e Apolo como pregadores. Com o
potencial desses três e um líder egoico os encabeçando isso viraria uma canal
de tv e uma rede de rádios. Mas, graças a Deus que estes eram compromissados
com a Graça e não com a religião. Além de Apolo, André e Felipe, passaram a
seguir à Cristo quando João os apontou o caminho que deveriam seguir, “sigam o
messias e não a mim”, em outras palavras. João Batista mostrou-se desprendido
de sentimento de posse sobre aqueles que discipulou, conduzindo-os a seguirem o
motivo de sua mensagem, Jesus o Cristo, o cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo.
O
problema, é que depois de sua morte muitos quiseram institucionalizar aquilo
que ele fazia, não entenderam que o sopro do Espírito não pode ser contido, e
quando tentamos fazer isso caímos no fermento dos Fariseus. Josefo fala de uma
seita chamada Mandeanos que se consideravam legítimos seguidores de João
batista, e que continuaram seguindo seus passo, o imitando com o batismo e com
a mensagem, porém forma conflitantes com o Cristianismo recusando-se a aceitar
a mensagem pregada pelos Apóstolos. Homens que param no tempo, no Jordão, que
viram e ouviram o que o mestre falou, mas ao invés de seguir seus ensinamos e
adorar o cordeiro, preferiram adorar o mestre usando o cordeiro como pretexto. Porém
em vida, suas ministrações e métodos de discipulados fizeram deste mais um bom
exemplo a ser seguido que a Bíblia nos apresenta.
Sigamos pelo menos quadro
comportamentos do ministério de João Batista:
PRIMEIRO,
João não se sentia proprietário dos que se convertiam.
No
versículo 37 diz simplesmente que os discípulos “seguiram a Jesus”.
Essa
é a essência de ser um mestre cristão, não serem donos dos discípulos, mas
antes os encaminhar a seguirem a Jesus Cristo. Temos visto líderes empilhando
seguidores para lutarem e morrerem em seu nome, congresso e simpósios que são
realizados para invocar a doutrina de determinado líder do passado, quase um
culto ao morto. Temos que fazer discípulos para seguirem a Cristo e não para
serem nossa propriedade, ou mesmo, fazerem parte da minha “panelinha”
eclesiástica. Um verdadeiro mestre encaminha os seus discípulos a serem servo
de Cristo, seguir e obedecer o cordeiro que tira o pecado do mundo.
SEGUNDO,
a mensagem de João apontava unicamente para Cristo.
Ele
se considerava apenas uma voz, aguem que veio para pregar o cordeiro e não para
proclamar a si mesmo. No evangelismo na rua ou na pregação no templo o único
nome que deve ser proclamado é o de Cristo. O ego deve ficar em casa e na nossa
boca o único que é digno de ser chamado santo, santo, santo, deve ser exaltado
e apresentado aos ouvintes como o único Caminho, a única Verdade e a única
Vida. Enquanto nos púlpitos o pregador for o centro da mensagem, Deus estará no
lado de fora porque não divide altar com outros “deuses”. O bom mestre ensina o
melhor para o discípulo, e não a nada melhor do que seguir ao Cristo.
TERCEIRO,
João era propriedade do ministério e não o ministério propriedade de João.
Hoje
é comum ver líderes falando do ministério como se fosse um produto que lhe
pertencesse. Mas ministro é um sub-remador, no navio é o que fica nos porões,
pegando o maior peso na navegação, acorrentado é o primeiro a morrer quando o
barco afunda. Hoje os Narcisos pastorais querem a primazia, os maiores salários
em quanto as viúvas e os órfãos morrem de fome, e que todos se calem diante de
seu autoritarismo. João se sentia propriedade, pertencente ao ministério, ele
não se sentia dono de nada e de ninguém. Mas vivia como alguém que precisasse
prestar conta de sua vida para um Senhor, alguém acima dele. Não somos donos de
ministérios, e sim, mordomos. Deus colocou em nossas mãos para administrarmos e
não para usufruir dele.
QUARTO,
a experiência de fé de João ia além do templo.
As
brigas por poder do templo ficaram para trás e o ministério de João Batista
tinha uma única preocupação, pregar. Quando paramos para lutar as guerras
políticas do templo, motivadas por inveja, competitividade, ciúmes e etc.,
deixamos de nos dedicar a fazer discípulos para fazer aliados. E por
consequência o discipulado, um dos mais importantes elos da missão da igreja,
fica para trás. As ruas, casas e bairros, são nossa maior cobiça. Ver vizinhos
transformados e parentes crentes em Cristo Jesus.
Seguindo
os bons exemplos aprenderemos a ser bons mestre e proclamar aquele que nos
chamou para sermos mestres que guiem seus discípulos para O Caminho, para viver
A Verdade e experimentar a verdadeira Vida.
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